Mostrar mensagens com a etiqueta rome hernández morgan. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta rome hernández morgan. Mostrar todas as mensagens

10 janeiro 2023

rome hernández morgan

 

Utilities


My mother watered beds of bright

impatiens at dusk. My father


worked luxury remodels, brought home

visions of high ceilings with crown molding.


On weekends, he installed French doors,

widened closets, hauled away scraps


to the drone of the air compressor—

each punch of his nail gun a hard blink,


a dropped heart. My mother deadheaded

day lilies, closed her bedroom door.


My father went to rehab, returned, went

to rehab, returned. I went to a birthday party,


my mother picked me up, we didn’t return.

His mother says by the time she drove to get him,


the city had shut off the electricity, the gas,

the water. Still, he refused to leave—


sat breathing in the dark over burnt foil

and broken glass. I wonder if the neighbors


ever saw him, driven out for a moment

by thirst, drink from their garden hose,


a squat shadow by the rose bush,

water cool on his blistered lips.



Serviços


A minha mãe regava maciços de irradiantes

impacientes ao entardecer. O meu pai


lavrava remodelados de luxo, levava para casa

visões de forros com molduras de coroa.


Nos fins de semana ele instalava portas

francesas, armários amplos, levava restos


no zumbido do compressor de ar; cada

golpe da sua pistola de pregos era um forte


pestanejar, um coração partido. A minha mãe podou

os lírios, fechou a porta do seu quarto.


Los fines de semana él instalaba puertas

francesas, closets amplios, llevaba restos


O meu pai reabilitava-se, voltava,

reabilitava-se, voltava. Fui a uma festa de


aniversário, a minha mãe pegou em mim, não

voltamos. A minha avó diz que


quando o foi buscar, a cidade tinha cortado

eletricidade, o gás e a água. Ainda assim, ele


recusou-se a ir embora; respirava sentado na

escuridão sobre alumínio queimado e vidros


partidos. Pergunto-me se os vizinhos alguma vez o

viram, enlouquecido pela sede, bebendo da


mangueira de jardim, uma sombra agachada no

rosal, água fresca em seus lábios empolados.