I
envenenada la memoria
repite el castigo del olvido
sin (dientes) saber del placer
de amamantar a la bestia
si me salgo de las cosas (desnuda)
me des-visto de otras
II
aúllan paréntesis que ensombrecen
formas sin sentido voces
que no cesan (lloran)
distraída del paisaje de Atocha
con ahínco ella escribe
mientras nieva en Londres
aún no siendo primavera
se atiene al saber de las flores
du mal
de la ínsula
I
envenenada a memória
repete o castigo do esquecimento
sem (dentes) saber do prazer
de amamentar a besta
se eu sair das coisas (nua)
des-visto-me de outras
II
gritam parênteses que ensombram
formas sem sentido vozes
que não cessam (choram)
distraída da paisagem de Atocha
com afinco ela escreve
enquanto neva em Londres
mesmo não sendo primavera
atém-se ao saber das flores
du mal
da ínsula