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26 dezembro 2020

valeria mussio

 

el sol entraba por la ventana solo para pintarnos las piernas


y vos estabas conmigo

y teníamos el pelo muy largo las dos,

yo tenía una fantasía vos me ponías

flores blancas y me hacías

trenzas hasta la cintura. al otro día

me mostraste una acuarela

de una chica que era

ojona y con cara de turca como yo

tenía flores por todo el pelo y me dijiste

“no sé, ni idea de dónde me salió”


si tuviera que reconstruir nuestra historia

sería algo así: estábamos desnudas en el suelo

tu pelo rojo tenía tonos naranjas a la luz

tu piel algunos tonos verdes, yo me arrodillé

y vos miraste hacia arriba, tus ojos

también tenían tonos verdes,

puse mis dedos como una pistola

que apunté justo sobre tu boca y dije

“te equivocaste

fui yo la que nunca te quiso”



o sol entrava pela janela só para pintarmos as pernas


e estavas comigo

e tínhamos os cabelos muito compridos as duas,

eu tinha uma fantasia, tu colocavas-me

flores brancas e fazias-me

tranças até à cintura. No outro dia

mostraste-me uma aguarela

de uma rapariga que tinha

olhos grandes e cara de turca como eu

tinha flores em todo o cabelo e disseste-me

não sei, não faço ideia de onde me saiu”


se tivesse que reconstruir a nossa historia

seria mais ou menos assim: estávamos nuas no chão

o teu cabelo vermelho tinhas tons laranja à luz

a tua pele alguns tons verdes, eu ajoelhei-me

e tu olhaste para cima, os teus olhos

também tinham tons verdes,

juntei os dedos como uma pistola

que apontei mesmo sobre a tua boca e disse

estás enganada

fui eu quem nunca te quis”