Mostrar mensagens com a etiqueta laura andrea garzón. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta laura andrea garzón. Mostrar todas as mensagens

20 junho 2023

laura andrea garzón

 
Fin del tiempo
 
un animal salvaje
que no tiene huella
 
nadie sabe
que alguna vez estuvo allí­
 
no pertenece a ningún territorio
no tiene aspecto definido
 
pero existe
(no hace falta más prueba
para dar esto por cierto)
 
respira sin mover el pecho
 
sobre él
crece el musgo
y hace un nido el pájaro
que no sospecha
 
que el dí­a en que el animal
vuelva a emprender su marcha
 
(es inevitable)
 
tampoco nadie sabrá
de él ni de su casa
 
ahora disuelta
con un golpe seco sobre el lomo
 
deshecha
con el movimiento limpio y perfecto
del escape
 
su aleteo interrumpido
de manera tan sutil que no habrá sonido
 
quedará apenas el reflejo
sobre el ojo del pájaro
de su pequeño
anónimo
fin del tiempo
 
 
 
 
Fim do tempo
 
um animal selvagem
que não tem pegada
 
ninguém sabe
que alguma vez esteve ali
 
não pertence a nenhum território
não tem aspeto definido
 
mas existe
(não são necessárias mais provas
para o dar como certo)
 
respira sem mover o peito
 
sobre ele
cresce o musgo
e faz um ninho o pássaro
que não suspeita
 
que no diz-dia em que o animal
recomece o seu andar
 
(é inevitável)
 
também ninguém saberá
dele ou da sua casa
 
agora dissoluta
com um golpe seco sobre o lombo
 
desfeita
com o movimento limpo e perfeito
da fuga
 
o seu bater de asas interrompido
de maneira tão sutil que não haverá som
 
ficará apenas o reflexo
sobre o olho do pássaro
do seu pequeno
anónimo
fim do tempo