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30 dezembro 2023

ernestina elorriaga

 
INFANCIA EN EL MONTE                            
 
Mi hermano ha muerto
 
Un ruido torpe a piedras
anda por mis venas
la espalda se me quiebra
el dolor
hace agujeros en mis huesos de mica
 
Un día estuvimos sobre la tierra
sin madre y sin casa
 
Era en él   en mi hermano
en él me repetía
 
Dos veces el sauce ahogado en el estanque
el sol     el pulso     los latidos
dos veces la infancia allá en el monte
un caballo   el trabajo a destajo en las estancias
 
Es mío su rostro y sus brazos que no abrazan
 
Mi hermano escapa al paraíso
 
Soy mi hermano.
 
 


 
INFÂNCIA NO MONTE                            
 
O meu irmão está morto
 
Um ruído desastrado a pedras
anda pelas minhas veias
quebram-se as minhas costas
a dor
faz buracos nos meus ossos de mica
 
Um dia estivemos na terra
sem mãe e sem casa
 
Era nele    no meu irmão
nele me repetia
 
Duas vezes o salgueiro afogado no lago
o sol     o pulso     os latejos
duas vezes a infância lá no monte
um cavalo    o trabalho a descoberto nas estadias
 
É meu o seu rosto e os seus braços que não abraçam
 
Õ meu irmão escapa ao paraíso
 
Sou o meu irmão.