Novembre
Jo soc el meu enemic,
així, sense metàfores.
No puc enamorar-me
apassionadament/ i només
l’alcohol em fa il·lusió,
així, sense remordiments.
Tot viatja amb mi.
Reconec aquests carrers i
recordó
els dies assolellats,
l’angle de la foto,
les mans immòbils sobre els
fronts
formant teulades, el pubis
depilat,
un anell d’or damunt el mapa.
Em sorprèn de nou el fred de
novembre
silenciós com una antiga
estació
on els trens mai no passen.
Novembro
Eu
sou o meu inimigo,
assim,
sem nenhuma metáfora.
Não
consigo enamorar-me apaixonadamente
e
só o álcool me ilude,
assim,
sem nenhum remorso.
Tudo
viaja comigo.
Reconheço
estas ruas e lembro
os
dias ensolarados, o ângulo da foto,
as
mãos imóveis nas frontes
formando
telhados, os pentelhos depilados,
um
anel de ouro no topo do mapa.
Surpreende-me
de novo o frio de novembro
silencioso
como uma antiga estação
onde
os comboios nunca passam.