Mostrar mensagens com a etiqueta alejandra correa. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta alejandra correa. Mostrar todas as mensagens

28 dezembro 2018

alejandra correa



Hoy vi la casa desde otra perspectiva

“elevada”, diríamos

Una casa en el aire
sostenida por un árbol viejo
atada a las raíces de otra casa
que hendía sus garras en la tierra seca

Afuera hubo cosechas
el campo es un tendaderal
de mieses rotas
una tela inscripta por tocones
de maíces desperdigados
como letras chinas

La casa se multiplica por mis venas
al infinito
miles de ojos de mosca al cuadrado
ventanas y puertas y pasillos y techos
se incendian

Si algo no ha de pasar
entonces pasará, decías
y en un abrir y cerrar de boca
con los restos de un huracán
levantamos una ciudad maldita

Vamos hacia alguna parte siempre
y llevamos esta carga
como si fuera tan fácil sonreir

Inflada por tu miedo y el mío
la casa se hace globo
sus paredes ceden, elásticas

respira con el aire que nos quita

Dentro de sueños que son armas químicas
la casa aún nos duele
como un brazo amputado

Te llamo
gesticulo exageradamente
como quien quedó atrapado
en una película muda


Hoje vi a casa noutra perspectiva

elevada”, diríamos

Uma casa no ar
sustida por uma velha árvore
atada às raízes de outra casa
que fendia as suas garras na terra seca

Lá fora houve colheitas
o campo é um estendal
de searas quebradas
uma tela inscrita por cepos
de milhos espalhados
como letras chinesas

A casa multiplica-se pelas minhas veias
ao infinito
milhares de olhos de mosca ao quadrado
janelas e portas e corredores e tectos
incendeiam-se

Se não se passar nada
então passará, dizias
e num abrir e fechar de boca
com os restos de um furacão
levantamos uma cidade maldita

Vamos sempre até algum lado
e levamos esta carga
como se fosse muito fácil sorrir

Inflada pelo teu medo e o meu
a casa faz-se globo
as suas paredes cedem, elásticas

respira com o ar que nos tira

Dentro de sonhos que são armas químicas
a casa ainda nos dói
como um braço amputado

Chamo-te
gesticulo exageradamente
como quem ficou apanhado
num filme mudo