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18 novembro 2019

paola r. senseve t.


1
hace mucho que no hago nada, mamá
ningún movimiento muscular
o espásmico

soy un cúmulo de resistencia
rumiando un relámpago que no llega
esperándolo
para poder escribir
y rotar sobre mi propio eje genético

un segundo después de tu muerte, abuela,
nuestros cuerpos se van a tornar
en cristal

en plastilina sumergida en agua
o en el rigor de una espera
infectada por la impaciencia

hace meses que no hago nada, mamá
nada que te pueda inflar el pecho de orgullo

me he limitado a sacar la basura
en bolsas negras
a masticar carbohidratos
a imaginar qué haremos el día
en que el cuerpo de mi abuela
se desintegre en luz que
posteriormente se posará
con todo su peso

sobre nuestras narices


1
há muito que não faço nada, mãe
nenhum movimento muscular
o espasmódico

sou um cúmulo de resistência
ruminando um relâmpago que não deflagra
à sua espera
para conseguir escrever
e girar sobre o meu próprio eixo genético

um segundo após a tua morte, a,
os nossos corpos transformar-se-ão
em vidro

em plasticina imersa em água
ou no rigor de uma espera
infetada pela impaciência

há meses que não faço nada, mãe
nada que te possa inchar o peito de orgulho

limitei-me a meter o lixo
em sacos pretos
a mastigar hidratos de carbono
imaginando o que faremos no dia
em que o corpo da minha avó
se desintegre em luz que
posteriormente pousará
com todo o seu peso

em nosso redor aromático