Mostrar mensagens com a etiqueta pilar cámara. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta pilar cámara. Mostrar todas as mensagens

25 outubro 2022

pilar cámara

 

II

En el rumor de la sangre

encuentro cicatrices,

insectos, arena.


Recuerdos de una nevada

que invento,

porque cuando tirito

se me dislocan las clavículas.


Es así, rota, como me reconozco.


Tengo cuatro años y nadie me busca.

Me he escondido debajo de la cama

para hacerme daño

contra un somier de muelles.


Es la primera vez y el lenguaje no llega.

No hay caricia para el consuelo.


Ahora que he crecido y estoy seca,

que aquí dentro sólo hay termitas,

miro mis manos de niña.


Diez orugas ciegas

quieren ser dedos.


Esa mujer extraña es mi madre.



II

No rumor do sangue

encontro cicatrizes,

insetos, areia.


Memórias de um nevão

que invento,

porque quando tirito

deslocam-se as minhas clavículas.


É assim, quebrada, que me reconheço.


Tenho quatro anos e ninguém me procura.

Escondi-me debaixo da cama

para me magoar

contra um sommier de molas.


É a primeira vez e a linguagem não chega.

Não há carícia para o consolo.


Agora que cresci e estou seca,

que aqui dentro só há térmitas,

olho para as minhas mãos de menina.


Dez lagartas às cegas

querem ser dedos.


Aquela mulher estranha é a minha mãe.