Mostrar mensagens com a etiqueta maria paz moreno. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta maria paz moreno. Mostrar todas as mensagens

29 dezembro 2009

maria paz moreno


Palabras,
secreciones de mi cuerpo,
como el sudor, la saliva o las heces.
Me nacen como plantas silvestres,
como malas hierbas
me brotan sin pedir permiso.
Toda yo soy un diccionario
de páginas anotadas en los márgenes
y lomos gastados por el uso.

Esta incomunidad de órganos
que forman mis piernas,
mis brazos, mi tronco, mi cabeza
-el rostro corriente, la nariz aguileña-
mi vientre deshabitado, mi pubis
agazapado en silencio
como un gato que espera caricias,
esta amalgama de vísceras y letras
que se funde y se separa, agitándose
sin descanso como un animal herido,
soy yo, es mi cuerpo;
la extensión física de mi existencia,
escrita con cada golpe de sangre
y cada latido.



o corpo escrito

Palavras,
secreções do meu corpo,
como o suor, a saliva ou as fezes.
Nascem-me como plantas silvestres,
como ervas daninhas
brotam em mim sem pedir licença.
Toda eu sou um dicionário
de páginas anotadas nas margens
e lombadas gastas pelo uso.

Esta incomunidade de órgãos
que formam as minhas pernas,
os meus braços, o meu tronco, a minha cabeça
-o rosto corrente, o nariz aquilino-
o meu ventre desabitado, o meu púbis
agachado em silêncio
como um gato à espera de carícias,
esta amálgama de vísceras e letras
que se funde e se separa, agitando-se
sem descanso como um animal ferido,
sou eu, é o meu corpo;
a extensão física da minha existência,
escrita com cada golpe de sangue
e cada latido.