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13 outubro 2016

keila vall de la ville

Margot

Anoche entró a la cocina.
Pinchó un higo
con el alfiler
y dijo algo,
yo no sé.
Yo dormía.

A veces es fácil traerla de visita.
La muerte no me queda lejos
hace falta, por ejemplo
un kilo de higos con su cruz
azúcar poco a poco
vigilancia.

Hacen falta unas flores menudas color morado.
Menudas. No pequeñas.

Anoche, entre las sombras,
el vapor de la olla en reposo
recorrió habitaciones
acarició mis libros.
Perfumó mis cabellos como su mano posándose
en mi frente.
Calmó la duda.

Hoy los higos se volvieron palabras

palabras traslúcidas suaves
de un verde brillante llegado desde el sueño
el sueño largo de Margot.

Abrí los ojos y envasé mis higos.
Sus higos.


Margot

A noite foi à cozinha.
Espetou um figo
com um alfinete
e disse qualquer coisa,
não sei
Estava a dormir.

Às vezes é fácil trazê-la em visita.
A morte não está longe de mim
faz falta por exemplo
um quilo de figos com a sua cruz
açúcar bem doseado
vigilância.

Fazem falta umas flores miúdas cor de amora
Miúdas. Não pequenas.

À noite, entre as sombras,
o vapor da panela de pressão em repouso
percorreu quartos
acariciou os meus livros.
Perfumou o meu cabelo como a sua mão hospedando-se
na minha testa.
Acalmou a dúvida.

Hoje os figos tornaram-se palavras

palavras translúcidas suaves
de um verde brilhante vindo do sonho
o longo sonho de Margot.

Abri os olhos e embalei os meus figos.
Os seus.