Puerta cerrada
una mano se desliza
por el azulejo
infancia de
onanismos y juguetes
aprendo a los cuatro
años a masturbarme
y lo hago hasta que
duele mucho
las piernas tiemblan
mis dedos se cansan
pero no me detengo
un ruido desborda
desde mi garganta
aprieto la boca
las caricias inician
convulsiones
como conejos
friéndose
y luego me miro en
el espejo
con el cuerpo
chiquito desnudo
y me digo puta
hasta arañarme los
brazos
y me golpeo la cara
y se enrojecen mis
ojos
globos borrosos caen
al agua
corrientes violentas
de champú flotan
hacia la coladera
y las heridas
abiertas del recuerdo
anuncian la malicia
y mis ganas de no
quererme nunca
mis ganas de no
quererme nunca
de no quererme nunca
Porta
fechada
uma mão desliza pelo azulejo
infância
de onanismos e brinquedos
aprendo
aos quatro anos a masturbar-me
e
faço-o até doer muito
as
pernas tremem os meus dedos cansam-se
mas
não paro
um
ruído transborda da minha garganta
aperto
a boca
as
caricias iniciam convulsões
como
coelhos a serem fritados
e
depois miro-me no espelho
com
o corpinho nu
e
chamo-me puta
até
me arranhar os braços
e
bato-me na cara
e
avermelham-se os meus olhos
balões
embaçados caem na água
correntes
violentas de champô flutuam
até
ao coador
e as
feridas abertas da lembrança
anunciam
a malícia
e as
minhas pancas de não gostar de mim nunca
as
minhas pancas de não gostar de mim nunca
de
não gostar de mim nunca