28 fevereiro 2022

annie salager

 

Le grand vivant

 

Partout le feuillage nouveau-né

balbutie au vent qui l’initie aux caresses du ciel

le babil de ses pousses vert tendre

immenses les arbres, enfantines leurs feuilles

 

les branches où danse un temps sans âge

avaient laissé leur vigueur exploser en bourgeons

et la lumière par-dessus nos têtes

s’était muée en vie qui nous soulève

à notre tour du sol vers plus de jour

 

là où nous passons le plus souvent sans rien voir,

épris de notre suffisance et aveugles au grand vivant

qu’avec eux nous sommes, en nous croyant

encore d’un autre monde qu’eux …

 

 

O grande vivedor

 

Por toda o lado a folhagem recém-nascida

balbucia ao vento que a inicia nas carícias do céu

os seus rebentos verdes e macios

imensas árvores, infantis as suas folhas

 

os ramos onde dança um tempo sem idade

tinham deixado o seu vigor explodir em brotos

e a luz em cima das nossas cabeças

transformou-se em vida que nos levanta

à  nossa volta do solo para mais dia

 

aí onde passamos a maior parte das vezes sem ver nada,

apaixonados pela nossa suficiência e cegos ao grande vivedor

que com eles estamos, acreditando em nós

ainda de outro mundo que o deles.