19 setembro 2019

xitlálitl rodríguez mendoza



ALGUIEN DENTRO de ti me está enseñando
cómo mueren los que saben que mueren,
los que han medido el tiempo con la paciencia de un molino.

Eres clara y tibia como tu mano sobre mi frente
dentro te crece un lago.
Lo escucho alimentarse sigilosamente de tu carne
como en la pisca de un grano oscuro y liviano.

Mientras, nos cosemos la boca con la letanía de una vida pasada
para no dormir a la intemperie.
Sabes que soy sorda, que el alfabeto me vino de retina,
que sólo hablo de imágenes descarriladas
porque tus ojos me reflejan.

Fuera de ti hay un olor a tres paredes y media
y el sonido es una puerta que no abre.

Es necesario repetir lo que muere de los que saben que mueren
desde alguien dentro de mí, para alguien dentro…


ALGUÉM DENTRO de ti está a ensinar-me
como morrem os que sabem que morrem,
os que mediram o tempo com a paciência de um moinho.

És clara e morna como a tua mão na minha testa
dentro de ti cresce um lago.
Escuto-o a alimentar-se secretamente da tua carne
como em apanha de um grão escuro e leve.

Enquanto isso, costuramos nossas bocas com a litania de uma vida passada
para não dormir sob a intempérie.
Sabes que sou surda, que o alfabeto me chegou pela retina,
que só falo de imagens descarriladas
porque os teus olhos me refletem.

Fora de ti há um cheiro a três paredes e meia
e o som é uma porta que não abre.

É preciso repetir o que morre dos que sabem que morrem
de alguém dentro de mim, para alguém dentro…