Small blood stain found after
making love
Revelation come to everyone,
firefighters and old women burning toast.
You made love to the forest goddess whose hair wound
in flaming
coils around her feet on the trail.
You wanted to take her with you, as the
image of the little curve of
blood on the sheet. But instead
you are sitting in a park next to a homeless sibyl
wrapped
in newspapers, and feel empty,
as if the blood leaked out of your own body. But
where did it go?
She’s not going to change her life,
and why should she?
She can only see you clandestinely;
as it is as if she is some book in a foreign language
that a reader would give away
if they knew what the text said. She can only
remain on the shelf,
untranslated.
Perhaps only our secrets
explain our lives, and to reveal any secret
is to lose all possible meaning?
Perhaps this stain is all
that’s left
of a forest fire that rekindled Ponderosa
from a long buried-cone,
the crescent moon
she left behind shining
invisibly
on you every night?
Pequena mancha de sangue
encontrada depois de fazer amor
A
revelação chega a todos,
aos
bombeiros e às velhinhas que queimam as torradas.
Fizeste
amor com a deusa da floresta cujo cabelo se enrolava em espirais
de
chamas em torno dos seus pés no trilho.
Quiseste
levá-la contigo como
imagem
do pequeno fio de
sangue
no lençol. Mas em vez disso
estás
sentado num parque ao pé de uma Sibila sem-abrigo envolta
em
jornais, e tu sentes-te vazio,
como
se o sangue jorrasse do teu próprio corpo. Mas
para
onde foi?
Ela
não vai mudar a sua vida, porque o faria?
Só
te pode ver às escondidas,
como
se fosse um livro em língua estrangeira
que
um leitor desvendaria,
se
soubesse o que o texto diz. Por isso só pode
ficar
na prateleira,
sem
ser traduzido.
Talvez
só os nossos segredos
expliquem
as nossas vidas, e revelando um deles
perderemos
todo o significado possível?
Talvez
esta mancha seja tudo
o
que resta
de
um incêndio florestal: aquele pinheiro ponderosa
que
renasceu de um ananás semi-enterrado,
a
lua crescente
que
ela deixou para trás
iluminando-te
invisivelmente
todas as noites?