21 janeiro 2022

maria àngels anglada


Des de les closes, II

 

Recorda sempre aquesta claror

de la tarda –assuavida

pel trenat dels xiprers i dels llorers flairosos–

com la veus, ja enyorant-la, darrera els finestrals.

 

Recorda sempre aquesta claror

gràvida d’ocells quasi tots invisibles

fora d’una cardina que es gronxa

a la branca més alta del més alt xiprer.

 

Així la tarda del cor, abans resplendent,

és entelada d’ombres allargades

i d’aquest gris que em crida

el nom més estimat.

I també els ocells que em cantaven a dintre

s’encauen, errívols, i només

molt de tant en tant

un s’escapa, s’eleva del llac del silenci

i assaja una cançó des de la branca arrelada

en la llum de la fonda amorosa memòria.



Desde as cercas, II


Lembra-te sempre deste claro

da tarde - suavizada

pelo entrançado dos ciprestes e dos cheirosos louros -

como o vês, já com saudades suas, atrás das janelas. 


Lembra-te sempre deste claro

grávido de pássaros quase todos invisíveis

fora de um pintassilgo que balança

no ramo mais alto do mais alto cipreste.


Assim a tarde do coração, antes resplandecente,

é manchada por sombras longilíneas

e por este cinzento que me grita

o nome mais amado.


E também os pássaros que me cantavam por dentro

escondem-se, errantes, e só

muito de vez em quando

um escapa, eleva-se do lago do silêncio

e ensaia uma canção no ramo radicado

à luz da funda memória amorosa.