17 maio 2015

danielle collobert




Mettre au jour. Je plonge, j’arrache avec mes ongles, là, à l’intérieur. Et pour finir, pour cette fin-là. Voilà la question que je n’ai pas encore pu tuer ; ces doutes du matin qui seront là, encore après, parce que, malgré tout, je n’ai fait qu’essayer. Une tentative si humble, que je dois encore me demander l’aumône de cette opération quotidienne, pour continuer à vivre. Non, ce n’est pas fini. Il faut entendre encore, entendre la voix, les questions, s’encourager, se protéger, aussi se débattre pour aller jusqu’au bout, avec cette immense lâcheté de préférer les mots, leur édifice, au petit geste, inconcevable, que je n’arrive pas encore à faire. Ne pas glisser pour l’instant, se retenir encore jusqu’au choix, ou plutôt refuser ce choix, cette possibilité. Du mal, avec du mal. je marche en trébuchant, et la pièce toute noire ne se désemplit pas encore de l’écho incessant de mes pas — mes pieds incertains, qui cherchent, cherchent dans le sable, lentement, la fin.

Actualizar. Mergulho. Arranho aí, nesse interno, com as minhas unhas. Para exterminar, com esse objectivo. Eis a questão que ainda não consegui exterminar; estas dúvidas matinais que se manterão porque, seja lá o que caia, limito-me ao ensaio. Uma tentativa tão humilde que me obriga a esta operação de esmola para continuar a viver. Não, não acabou. É preciso ainda ouvir a voz, as perguntas, animar-se, proteger-se, debater-se também para ir ao fundo, com essa imensa cobardia de preferir as palavras, o seu edifício, o pequeno gesto, inconcebível, que ainda não consegui realizar. Não deslizar pelo instante, manter-se ainda até à opção, ou ainda recusar a opção, essa possibilidade. Ao mal com o mal, ando aos tropeços, e a parte completamente negra não esvazia ainda o eco incessante dos meus passos – os meus pés incertos que procuram na areia, lentamente, o fim.