05 abril 2007

elena medel

[CASTING PARA ANA #1]


Como si yo misma fuese celda de mi cuerpo de postre,
las horas de espera esfuman la dulzura del formol.
El corazón continúa derritiendo a bocados
los latidos de nube para mi guiño simétrico:
manos en luna, cuánto te duelen los ojos de los otros.
Aquí los relojes respiran sin billete de vuelta.
Mientras, a lo lejos, una huella de cristal se conjuga.
Nadie llama a la puerta de mi casa de nieve.


Como se eu mesma fosse cela do meu corpo de sobremesa,
as horas de espera esfumam a doçura do formol.
O coração continua a derreter em bocados
os latidos de nuvem para o meu piscar simétrico:
mãos em lua, quanto te doem os olhos dos outros.
Aqui os relógios respiram sem bilhete de volta.
Entretanto, ao longe, conjuga-se uma pegada de cristal.
Ninguém bate à porta da minha casa de neve.