III
Carta abierta
Cuando no me veas
más,
pero me sepas al
otro lado del campo,
entrampada de flores
sospechosamente vivas,
laberinto de
amapolas,
no me llames,
no cruces por las
sierpes que abrieron las veredas,
no atiendas al
silencio del sol desposeído
ni a la disposición
de su rayo señalando mi refugio,
no busques mi
respuesta ni en la lluvia,
ni en las hojas
hundiéndose
en lo profundo del
monte,
no confundas tu eco
con mi voz.
No me reinventes.
Olvídame.
Que tus gestos no
dibujen mi rostro
y tus ojos no
figuren mis gestos,
fantasmas de otrora;
que tu mente no
entreteja,
con la sonrisa de un
émulo,
retratos ni
memorias.
Cuando no me veas
más
acepta mis leyes,
las tuyas,
pero si acaso no me
escuchas,
tan sólo escríbete
hasta borrarme.
Entonces,
imitaré el paciente
atisbo de la estatua,
aprenderé a dormir
bajo las lilas.
Habré dejado de
buscarte también yo.
III
Carta
aberta
Quando
não me vires mais
mas
me souberes do outro lado do campo,
armadilhada
de flores, suspeitosamente vivas,
labirinto
de papoilas,
não
chames por mim,
não
atravesses as serpentes que abriram as veredas,
não
atendas ao sol despossuído
nem
à disposição do seu raio assinalando o meu refúgio
não
procures a minha resposta nem na chuva
nem
nas folhas que se fundem
nas
profundezas do monte,
não
confundas o eco com a minha voz.
Não
me reinventes.
Esquece-me.
Que
os teus gestos não desenhem o meu rosto
e os
teus olhos não figurem os meus gestos,
fantasmas
de outrora;
que
a tua mente não entreteça,
com
o sorriso de um emulo,
retratos
nem memórias.
Quando
não me vires mais
aceita
as minhas leis, as tuas,
escreve-te
apenas
até
me apagares.
Então,
imitarei
o paciente vislumbre da estátua
aprenderei
a dormir sob os lilases.
Terei,
também eu, deixado de te procurar.