17 agosto 2022

diana gonzález cortezano

 

Refugio


Me encontraste en aquellos íntimos espacios míos,

donde pocas veces alguien me frecuenta

porque el escondite es un campo marchito;

angosto lugar en donde la pesadez del viento

te compacta la respiración,

te agota

te agita


mis capullos desidiosos

se llevan con su fúnebre existencia

todos los posibles intentos de feracidad proporcionados,


Aquí

mis tinieblas

mis amaneceres

con tu recorrido crujen sutilmente

cual hoja en tiempos de frío,


el campo inerte no te asusta

y sigues tu camino,

lo tomas de la mano,


has estado aquí antes

en otro campo

en otros abismos

entre otras rocas

y logras comprender su cauce


con tu voz

acicalas los imposibles lindes

de la frágil desnudez de este terreno

que si lo miras bien

está más vivo de lo que aparenta,


solo que el ciclo natural

lo apaga con el frío;

no es que el campo

este marchito.



Refúgio


Encontraste-me naqueles espaços íntimos meus,

onde raramente alguém me frequenta

porque o esconderijo é um campo murcho;

estreito lugar onde o peso do vento

te compacta a respiração,

te esgota

te agita


os meus casulos desleixados

levam na sua existência fúnebre

todas as possíveis tentativas de ferocidade proporcionadas,


Aqui

as minhas trevas

os meus amanheceres

com o teu percurso rangem subtilmente

qual folha em tempos de frio,


o campo inerte não te assusta

e segues o teu caminho,

pegas-lhe na mão,


Estiveste aqui antes

noutro campo

em outros abismos

entre outras pedras

e consegues compreender o seu correr


com a tua voz

atavias os limites impossíveis

da frágil nudez deste terreno

que se o olhares bem

está mais vivo do que parece,


Só que o ciclo natural

apaga-o com o frio;

não é que o campo

esta murchandade.