06 fevereiro 2022

mayra r. encarnación

 

Guayaba


Muerdo

Sí, muerdo a bocanadas de embeleso

Viajo a la semilla del bosque idílico

(olor a retoño)

Turbidez de sensaciones a vuelo lento

(olor a viento)


Purpurea mi piel enhiesta

sobre el hosco tronco

nos convertimos en retoño de auroras libertinas

enterramos la simiente

deshojamos la cáscara carcomida por el destiempo


Tomo el fruto prohibido a bocanadas

a ritmo lento

Olfateo cada semilla con la orilla del olvido

despierta la inquietud

Enjugo mi paso con el néctar de su savia


Desembocamos en la noche perturbada

Volcamos frutos en abierta andanada


riego mis latitudes


Destrono la montaña del olvido del cuerpo

como substancia primaria del ensueño

Destierro en mitades el fruto prohibido


Muerdo

Sí, muerdo a bocanadas de embeleso



Goiaba


Mordo

Sim, mordo em sofreguidão de enlevo

Viajo para a semente do bosque idílico

(cheiro a rebento)

Turbidez de sensações em voo lento

(cheiro a vento)


Purpureia a minha pele eriçada

sobre o rude tronco

convertemo-nos em rebento de auroras libertinas

enterramos a semente

removemos a casca pelo tempo que já não está


Pego no fruto proibido abocanhando-o

em ritmo lento

Cheiro cada semente com a margem do esquecimento

desperta a inquietação

Enxugo o meu andar com o néctar de sua seiva


Desembocamos na noite perturbada

Lançamos frutos em aberta afronta


irrigo as minhas latitudes


Destrono a montanha do esquecimento do corpo

como substância primária do sonho

Desterro em metades o fruto proibido


Mordo

Sim, mordo em sofreguidão de enlevo