Indosso e calzo ogni mattina forzando, come avessi sempre un altro
numero, un’altra taglia. Cresco ancora nel buio, come una pianta
che beve dal nero della terra. Per vestirsi bisogna perdere i rami
allungati nel sonno, le foglie più tenere aperte. Puoi sentirle
cadere a un tratto come per un inverno improvviso. Nello stesso
istante perdi anche la coda e le ali che avevi. Da qualche parte del
corpo lo senti. Non sanguini, è una privazione a cui ti hanno
abituato. Non resta che cercare il tuo abito. Scivolare come un
raggio, fino al calare della luce.
Visto e calço fortemente todos os dias, como se tivesse sempre outro
número, outro figurino. Na escuridão continuo a crescer como uma
planta que bebe o negro da terra. Para nos vestirmos é preciso
perder os ramos largos do sonho, as folhas mais ternas abertas. Podes
ouvi-las cair de repente como se tocadas por um inverno imprevisto.
No mesmo instantes perdes a cauda e as asas que tinhas. Sentes isto
em algum lugar do corpo. Não sangras, é uma privação com que te
formataram. Não fica nada para te vestir. Deslizas como um raio até
que a luz te caia.