04 abril 2019

franca mancinelli


Indosso e calzo ogni mattina forzando, come avessi sempre un altro numero, un’altra taglia. Cresco ancora nel buio, come una pianta che beve dal nero della terra. Per vestirsi bisogna perdere i rami allungati nel sonno, le foglie più tenere aperte. Puoi sentirle cadere a un tratto come per un inverno improvviso. Nello stesso istante perdi anche la coda e le ali che avevi. Da qualche parte del corpo lo senti. Non sanguini, è una privazione a cui ti hanno abituato. Non resta che cercare il tuo abito. Scivolare come un raggio, fino al calare della luce.

Visto e calço fortemente todos os dias, como se tivesse sempre outro número, outro figurino. Na escuridão continuo a crescer como uma planta que bebe o negro da terra. Para nos vestirmos é preciso perder os ramos largos do sonho, as folhas mais ternas abertas. Podes ouvi-las cair de repente como se tocadas por um inverno imprevisto. No mesmo instantes perdes a cauda e as asas que tinhas. Sentes isto em algum lugar do corpo. Não sangras, é uma privação com que te formataram. Não fica nada para te vestir. Deslizas como um raio até que a luz te caia.