21
– ay mamita ya no
nos tocó, será para los que vienen – iluminarán el cielo entre
nosotros / siempre en vivo & en directo : así el horror se
cuele por los aires / así se derrame : se encienda : en el estómago
los hijos de saturno s.a. / dividen la piel & destrozan este
envase en un medio controlado, en un sistema controlado : se puede
enfermar desde adentro / llorar desde adentro / unir los pedacitos –
doparlos / masticarlos : ser saliva / ser saliva y no ser sangre
………….madre,
en mi sangre todo es hueco todo es frío, yo lo supe desde niña :
ahora 8 horas las dedico a consumirme entre pálidas paredes fijando
la memoria, en un punto lejano : consumido / devastado
………….1.1.-
corrijo así, siglos de obediencia : de peste : de campos – nidos /
de cuerpos que tuvieron que morirse / que tuvieron perderse,
………….1.2.-
porque el poema viene del futuro : como un charquito de estrellas, de
pulsiones : de monstruos que hablan despacito / de lenguas que cavan
demasiado / de lenguas que suponen / que habitan / que insisten / en
cortar un cuello
………….en
cortar una boca con instrumentos de piedras y de metal / a pedacitos,
lentamente a pedacitos, entre nosotros, casi absortos, alucinados
………….1.3.-
porque el poema viene del futuro / huérfano de padre y madre :
huérfano pero habitable por bombas, por latidos _ por sangre _ por
aullidos _ por hilados, dentro de tus blancas piernas de tus morenas
piernas (los poemas mamita chupan la sangre
y dejan los huesos /
chupan la piel y dejan el hambre / y los pixelan / y los cuelgan en
la nube – monstruo
………….en la
nube – poema, unir los pedacitos, las imágenes del horror / éste
es mi cuerpo perdido ; nido de cyborgs y serpientes )
21
- ai
mamã não foi para nós, será para os que vêm – iluminarão o
céu ebtre nós / sempre ao vivo e em direto : assim o horror infeste
os ares / assim se derrame : se avenda : no estômago dos filhos de
saturno, s. a. / dividem a pele e destroçam esta embalagem em meio
controlado, num sistema controlado : pode adoecer-se a partir de
dentro / chorar a partir de dentro / colar os cacos – dopá-los /
mastigá-los : ser saliva / ser saliva e não ser sangue
mãe,
em meu sangue tudo é buraco tudo é frio, sei-o desde criança :
agora dedico 8 horas a consumir-me entre pálidas paredes fixando a
memória num ponto longínquo : consumido / devastado
1.1.-
corrijo, assim, séculos de obediência : de peste : de campos –
ninhos / de corpos que tiveram de morrer / que tiveram de se perder,
1.2.-
porque o poema vem do futuro : como uma poça de estrelas, de pulsões
: de monstros que falam devagar / de línguas que cavam muito / de
línguas que julgam / que habitam / que insistem / em cortar o
pescoço
em
cortar uma boca com instrumentos de pedras e metal / aos bocadinhos /
lentamente aos bocadinhos / entre nós, quase absortos, alucinados
1.3.-
porque o poema vem do futuro / órfão de pai e mãe : órfão mas
habitável pelas bombas, pelos batimentos_pelo sangue_por uivos_por
fiações, dentro das tuas brancas pernas das tuas morenas pernas (os
poemas mamã chupam o sangue
e
deixam os ossos / chupam a pele e deixam a fome / e pixelam-nos /
penduram-nos na nuvem - monstro
na
nuvem – poema, unir os cacos, as imagens do horror / este é o meu
corpo perdido : ninho de cyborgs e serpentes)