19 abril 2021

carla nyman

 

De ti y de mí nada puede fugarse

Aquí

bajo este techo que asegura

quedarse como una viga

(un hombre pasea rozando las nubes)

yo sé de mi cuerpo

a veces se hace presente

de este lado del tuyo

como una navaja del revés

Pero siempre existe el riesgo

las grietas

y este puñado de piedras

que fueron de un cielo que sí

amenazaba con caerse

Allá

donde ya no es

ni tú

ni yo

el espacio del error

el área del nunca

todo acaba con alguien acodado

muy solo

(esto es para quienes miran solos)

al borde de una ventana



De ti e de mim nada consegue escapar

Aqui

sob este teto que garante

ficar como uma viga

(um homem passeia roçando as nuvens)

eu sei do meu corpo

às vezes torna-se presente

deste lado do que é teu

como uma navalha ao contrário

Mas há sempre o risco

as fendas

e este punhado de pedras

que foram de um céu que sim

ameaçava cair

onde já não és

nem tu

nem eu

o espaço do erro

a área do nunca

tudo acaba com alguém acotovelado

muito sozinho

(isto é para quem olha sozinho)

no beiral de uma janela