12 junho 2020

ada limón



What I Didn’t Know Before

was how horses simply give birth to other
horses. Not a baby by any means, not
a creature of liminal spaces, but a four-legged
beast hellbent on walking, scrambling after
the mother. A horse gives way to another
horse and then suddenly there are two horses,
just like that. That’s how I loved you. You,
off the long train from Red Bank carrying
a coffee as big as your arm, a bag with two
computers swinging in it unwieldily at your
side. I remember we broke into laughter
when we saw each other. What was between
us wasn’t a fragile thing to be coddled, cooed
over. It came out fully formed, ready to run.

O que eu antes não sabia

era como os cavalos simplesmente dão à luz
outros cavalos. Não um bebé de modo algum, não
uma criatura de espaços liminares, mas sim uma
besta de quatro patas empenhada em andar, resfolegando 
atrás da mãe. Um cavalo dá caminho a outro
cavalo e então de repente existem dois cavalos,
assim mesmo. Foi assim que te amei. Tu,
saindo do longo comboio de Red Bank levando
um café tão grande quanto o teu braço, um saco pesado com dois computadores basculando
ao teu lado. Recordo que nos desatamos a rir
quando olhamos um para o outro. O que existia entre
nós não era uma coisa frágil que exigisse mimo ou trato
especial. Apareceu plenamente feito, pronto para correr.