31 janeiro 2019

mariela dreyfus


Poética

No que el poema
sea un artificio
para inundar la ciudad
frágil y palpitante
como un sexo enamorado.
Ni que estas líneas
te envuelvan
pálido monstruo aparecido
al final de las edades.
Sólo nuestros cuerpos voraces
y al centro mi memoria
compitiendo con una máquina de pinbol
súbitamente enloquecida.

Hemos cogido el instante
y yacemos desnudos
burdos semidioses.

Poética

Não é que o poema
seja um artificio
inundando a cidade
frágil e palpitante
como um sexo drogado.
Ou que estas linhas
te envolvam
pálido monstro aparecido
no fim das idades.
Só os nossos corpos vorazes
no centro da minha memória
competindo com uma máquina de pinball
subitamente enlouquecida.

Recolhemos o instante
e jazemos nus
toscos semideuses.