18 agosto 2018

anise koltz


Chaque aube
est une promesse d’éternité

Chaque couchant
sa flamboyante annulation

Toda a madrugada é
uma promessa de eternidade

O poente
o seu fulgurante nulo

Les portraits
épuisés comme les jardins
en automne
gèrent leur passé fané

Os retratos
desposados como os jardins
no outono
gestionam o seu passado murcho


Mes poèmes me sont étrangers
comme les peintures rupestres

J’ignore leur origine et leur âge
parfois je reconnais un détail
un animal familier

Os meus poemas são-me estranhos
como pinturas rupestres

Ignoro a sua origem e a sua  idade
às vezes reconheço um detalhe
un animal familiar