A
un pescador
Con
tu anzuelo de plata,
con
las redes tejidas por tus manos
sácame
a este pescado frío
que
vive adentro de mi estómago.
A
la feroz langosta
que
tiene en sus tenazas mi corazón.
Al
pulpo cenagoso
que
navega en mis venas.
Al
sapo que croa
echado
en mi silla turca.
Al
lagarto ojeroso
que
mastica mis vísceras.
A
la pequeña sanguijuela
instalada
en mis ojos chupando sueño.
La
pesca se cotiza en el mercado
y
yo dormiré
como
antes de la invasión de los monstruos.
A
um pescador
Com
o teu anzol de prata,
com
as redes tecidas pelas tuas mãos
tira-me
este peixe frio
que
vive dentro do meu estômago.
A
feroz lagosta
que
tem nas suas tenazes o meu coração.
O
polvo lamacento
que
navega nas minhas veias.
O
sapo que coaxa
deitado
na minha sela turca.
O
lagarto olheirento
que
mastiga as minhas vísceras.
A
pequena sanguessuga
instalada
nos meus olhos a chupar sono.
A
pesca negoceia-se no mercado
e
eu dormirei
como
antes da invasão dos monstros.