14 julho 2009

laura skerk




Para mí,
el calor del vino
y de tu cuerpo
cierto temblor en la piel
llevándome al exceso

A mim
o calor do vinho
e do teu corpo
um tremor na pele
levando-me ao excesso


Para mí,
la ruina
y el festejo
de tu voz
repitiendo las certezas
que solo tu aliento logra revelarme

A mim,
a ruína
e o festejo da tua voz
repetindo as certezas
que só o teu sopro me consegue revelar


Esta ciudad me verá morir
ha conocido de mí
la calma y el exceso
cierta forma de derramar el vino sobre el cuerpo
cierto pálido modo de ahogar nuestra simiente.

Esta cidade ver-me-á morrer
conheceu de mim
a calma e o excesso
uma certa forma de derramar o vinho sobre o corpo
um certo pálido modo de afogar a nossa semente.


Estos campos me guardarán en su vientre
y devorarán mi carne con sus flores
lo que saben de mi
Se incrustará en la roca

Estes campos guardar-me-ão no seu ventre
e devorarão a minha carne com as suas flores
o que sabem de mim
incrustar-se-á na pedra


Sólo tu piedad me brindará descanso.

Só a tua piedade me presenteará descanso.


Amor
No dejes que el espacio anide en nuestros cuerpos
Ni que la sombra repose en su espesura
No le des al dolor el más mínimo gobierno.
No olvides la inmensidad de nuestro encuentro
Ni la fortaleza que surge de este azar
No permitas que la muerte te engañe con sus juegos

Amor
Não deixes que o espaço aninhe em nossos corpos
Nem que a sombra repouse na sua espessura
Não dês à dor o mínimo mando.
Não esqueças a imensidão do nosso encontro
Nem a fortaleza que surge desse acaso
Não permitas que a morte te engane com os seus jogos


Amor
Conservarte al calor de este destino
Descansa en la visión de esta certeza
Y no te extravíes de mí
Amor mío

Amor
Conservar-te no calor deste destino
Descansa na visão desta certeza
Não te extravies de mim
Meu amor


No sé del amor, más que tu nombre
y cierta intangible forma del deseo
que me obliga a doblegarme ante tu cuerpo
como un enfermo se rinde ante la muerte
Así de violenta es tu risa
que puebla mi anhelo
y lo fuerza al desamparo.

Y así de alegre
y serena es tu voz
que aún vacía de palabras
es bella y transparente
en su silencio

Não sei do amor mais que o teu nome
e uma certa intangível forma do desejo
que me obriga a dobrar ante o teu corpo
como um doente se rende perante a morte
Assim violento é o teu riso
que povoas o meu anseio
e o força ao desamparo.

E assim alegre
e serena é a tua voz
embora vazia de palavras
é bela e transparente
em seu silêncio


Perdón,

ya no sabré hablarte

Debí callar cada pensamiento
Debí aprender a morir antes de tocarte


Perdón

Solo sé balbucear como los niños
Y lastimarme.


Perdão,

já não sei como te falar

Devia ter calado cada pensamento
Devia ter aprendido a morrer antes de te tocar

Perdão

só sei balbuciar como as crianças
E queixar-me



Hubo sombra en este campo
hierba húmeda y tierna
suave a la piel
serena en su tibieza
Hubo un lugar en donde descansar,
un hogar, en medio de esta estepa,
con bastiones de piedra
que se burlaban del viento y las tormentas

Hubo aquí tu presencia
y tu partida

Quedaron la tierra yerma,
la ruina y los despojos

El desierto,
ardiente en su aridez
Y tu memoria
que no logra cobijar
más que a los muertos.

Houve sombra neste campo
erva húmida e tenra
suave para a pele
serena na sua fraqueza

Houve um lugar para descansar,
um lar no meio desta estepe
com baluartes de pedra
que se riam do vento e das tormentas

Houve aqui a tua presença
e a tua partida

Deixaram a terra erma
a ruína e os despojos
O deserto
ardente na sua aridez
E a tua memória
que apenas consegue hospedar
os mortos.



El mundo nace a la vera de tu cuerpo
Como una sombra se extiende entre las sombras
Herido en su belleza por tu ausencia

Mi cuerpo
que se niega al sueño y al reposo
como si el descanso fuera una forma de la muerte
Un privarse de ti para mis ojos

Todo vuelve a ti

Sobre tu cuerpo se derrumba cada anhelo
cada porción inconclusa de mi exceso
Todo es un retorno repetido hasta tu vientre
(como una fiebre)
Todo regresa a tu piel,
se derrumba

y vuelve a construirse

Despierto del insomnio
vuelvo a la calma
al reposo y al descanso
Dejo atrás mi cuerpo
abandonado en tus fronteras
y parto de ti
dispuesta al desamparo


O mundo nasce à beira do teu corpo
Como uma sombra se estende entre as sombras
Ferido na sua beleza pela tua ausência

O meu corpo
que se nega ao sono e ao repouso
como se o descanso fosse uma forma de morte
Uma privação de ti para os meus olhos

Tudo volta a ti

Sobre o teu corpo se derruba cada anseio
cada porção inconclusa do meu excesso
Tudo é retorno repetido até ao teu ventre
(como uma febre)
Tudo regressa à tua pele,
derruba-se
e volta a construir-se

Acordo da insónia
volto à calma
ao repouso e ao descanso
Deixo para trás o meu corpo
abandonado nas tuas fronteira
e saio de ti
disposta ao desamparo